sexta-feira, 29 de abril de 2011

Brasil precisa de 178 mil bibliotecários, segundo o Correio da Paraíba

É amigos... 178 mil bibliotecários, esse é o número de vagas para bibliotecários só em escolas... Imagine se considerarmos as "salinhas de leitura" nas empresas?

Segundo o Correio da Paraíba, em reportagem publicada no Portal Interjornal (Link), o Brasil sofre hoje com uma defasagem enorme de profissionais em Biblioteconomia. E quando se fala enorme, é enorme mesmo! São 178 mil vagas ociosas que deverão ser preenchidas até 2020, quando o prazo dado pela Lei nº 1.244 de 24 de maio de 2010 se extingue.

A lei diz o seguinte:

"Lei da Biblioteca Escolar - Lei nº 12.244 de 24 de maio de 2010
Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País contarão com bibliotecas, nos termos desta Lei.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura.

Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares.

Art. 3º Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis n 4.084, de 30 de junho de 1962 [Dispõe sôbre a profissão de bibliotecário e regula seu exercício], e 9.674, de 25 de junho de 1998 [Dispõe sobre o exercício da profissão de Bibliotecário e determina outras providências].

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de maio de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

Carlos Lupi

Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.5.2010". (Consulte aqui)

Viram???

Apesar da fraca definição sobre o que é biblioteca escolar, a lei ao menos diz que a finalidade do acervo é ser usado, consultado, pesquisado. Outro ponto que achei omisso foi não deixar claro que a biblioteca deve ter um bibliotecário, ela só diz que a profissão deve ser respeitada, mas o que isso quer dizer segundo a lei?

Outro ponto da matéria é que não traz dados concretos sobre o atual estado dos bibliotecários brasileiros, a única menção é de que ganhamos abaixo do que deveríamos, fato já confirmado pela maioria de nós, infelizmente...

Um dado que seria interessante é saber quantos bibliotecários estão efetivamente exercendo a profissão no país... Procurei no Conselho Federal de Biblioteconomia, mas não encontrei nada a respeito... Porém encontrei o Censo Profissional, que pode ser o instrumento que nos dirá, pelo menos aproximadamente, quantos profissionais existem no país, e onde eles estão. Pelo menos, segundo o CRB-1, sabemos que existem 39 instituições de Ensino Superior formando Bibliotecários (a lista). Se considerarmos a média citada na reportagem (de que a UFPB forma de 40 a 50 alunos por anos, ou seja, 45 de média), teremos o seguinte quadro:

45 formandos ano ano x 39 instituições = 1.755 formandos por ano no país

*Num prognóstico positivo, arredondaremos para 1.800, visto que é uma média.

1.800 formando ao ano x 11 anos (visto que o ano de 2010 conta) = 19.800 bibliotecários formados entre 2010 até 2020

19.800 + (os que estão formados [???: o Censo pode responder] - os que se aposentarão) = número que não chega perto de 178.000 vagas...

Posso não ter os números precisos para gerar uma estatística correta sobre a situação, mas será preciso que fiquemos atentos ao cumprimento da lei, pois senão, será mais uma a não vingar e a maioria das vagas será ocupada por professores que não podem dar aula e gostam de ler... CRB's e CFB, abram os olhos!

Para participar do Censo, basta entrar em contato com o seu CRB e solicitar uma senha, conforme explica a resolução (http://www.cfb.org.br/censo/censo.pdf).

PS: um lado do bom dos números é que podemos reduzir nossa carga horária para 20 ou 30 horas semanais e trabalhar em 2 bibliotecas! rsrsrsrrsrs

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O fator "Web"

É inegável que o mundo "se tornou menor" com o advento (!!!) do computador, a cada dia temos acesso a mais e mais informação e de todas as partes do mundo, hoje é fácil "conhecer" a Moldávia, difícil é saber onde ela fica (R: Europa).

Com tanta informação acessível de forma tão rápida e fácil, alguns estudiosos (burros) proclamaram que a morte dos livros, jornais e outras formas e conhecimentos impresso era questão de tempo... Pois bem... O que de fato ocorreu é que nunca a humanidade produziu tanto papel como nos dias de hoje. Por questões práticas, é melhor ler um documento impresso, no conforto da sua cama, do que uma tela de computador, sentando numa posição quase sempre desconfortável. Podemos dizer que a web facilita o caminho até a informação, mas que o papel ainda é o suporte informacional mais usado.

Contudo, para facilitar o acesso à informação, algumas publicações passaram a ser em formato digital e em papel - dando opção ao pesquisador, quanto ao suporte que preferir. Outras ações foram realizadas fazendo com acervos antigos, fossem totalmente digitalizados por suas instituições detentoras. E o tema de hoje tem haver diretamente com isso, pois daremos aqui a dica de algumas publicações oferecidas em sua versão digital (não diretamente, até porque pessoas já fizeram isso...).

Começo pela lista do também bibliotecário Alex da Silveira, meu ex-companheiro de trabalho na Divisão de Periódicos da Biblioteca Nacional. O Alex confeccionou uma lista dos principais Periódicos Digitalizados, nela estão contidos os links para que você chegue ao acervo digital da Veja, por exemplo, ou da Folha de S. Paulo, além do Jornal do Brasil, Careta, Fon Fon, e por aí vai... A lista você encontra no site do Alex, o Bibliotecno (Aqui), ou no site da Biblioteca Nacional (Aqui também). Recomendo bastante o site do Alex paa quem curte inovações tecnológicas, vale muito a pena conferir!


 

Outras inciativas também foram realizadas por revistas científicas, que passaram a disponibilizar o seu conteúdo na rede, o que para os pesquisadores é mais do que uma mão na roda! A lista elaborada pelo Extralibris, arrola periódicos brasileiros da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação (Confira aqui). Outra iniciativa na mesma direção é do SCIELO, que arrola periódicos de diversas áreas e em diversas línguas (Conheça aqui)

E se tratando de instituições de memória, outra atitude que vale a pena conferir é a do Museu Histórico Nacional que disponibilizou seus Anais na íntegra, basta ir em http://www.docpro.com.br/mhn/bibliotecadigital.html - o máximo que você terá que fazer é instalar um plugin.



Espero que aproveitem as listas e sugiram o que ficou faltando!

PS: Eu consigo ler no PC até 20 páginas passou disso só em papel mesmo... Até porque gosto de rabiscar e fazer anotações... =]

terça-feira, 26 de abril de 2011

Fahrenheit 451

A temperatura em que o papel queima e o título de um ótimo filme (e livro)!

Fahrenheit 451, livro de Ray Bradbury, publicado em 1953, cujo filme foi lançado em 1966, narra a história de uma sociedade onde os livros são proibidos e qualquer opinião própria é duramente reprimida. Uma sociedade onde os bombeiros provocam incêndios ao atear fogo nos livros e são os expoentes da repressão, censurando toda e qualquer opinião formada pela pessoa e que não venha do meio de comunicação em massa mais popular da sociedade, a televisão.

O filme, um tanto surrealista, com um visual futurista, mas imaginado em 1966, soa meio que estranho... Mas não deixa a desejar. Veja alguns trechos:



Tal tema, destruição dos livros, é recorrente na história humana, desde a antiguidade, ainda com os rolos de papiro o meio mais eficiente de apagamento da memória de um povo é destruir toda a sua cultura, a começar, hoje, pelos livros, como foram os papiros, tábuas de argila e códices de ontem... Uma vez um professor indagou qual seriam um dos primeiros locais bombardeados em caso de uma guerra? A resposta, por mais estranha que possa soar, são biblioteca nacional, arquivo nacional e museu nacional - ou seus equivalentes -, pois são nesses locais de memória, que se preserva a cultura de um país ou um povo. E numa guerra, onde o objetivo é destruir o outro, nada mais "normal" do que destruir o inimigo e também exterminar a sua história, acabar com a sua memória... Não por acaso, o exército americano atingiu "sem querer" umas três vezes a Biblioteca Nacional do Iraque, destruindo ou deixando em pedaços a história de uma civilização de mais de 5 mil anos... As imagens dos saques aos bens culturais de Bagdá são emblemáticas e retratam bem o que quero dizer.

Outro marco iconográfico que pode ser interpretado da mesma maneira, é a derrubada da estátua de Sadam. Por mais que demonstre o poderio bélico americano, um símbolo de "quem manda", é, também, um símbolo do apagamento da memória que aquele monumento possa representar.

Se hoje os cientistas, historiadores, arqueólogos e outros lutam para entender o calendário Maia, é porque os colonizadores espanhóis foram extremamente eficientes no quesito "apagamento de memória", pois destruíram todos os meios de entendimento das culturas maia, inca e asteca - incluindo os seus livros... Se hoje temos um quebra-cabeça imenso, mais ou menos do tamanho da América Latina, grande parte se deve à intolerância dos espanhóis (e por que não, portugueses, já que os registros indígenas também foram destruídos).

Voltando aos livros e ao filme... Se você não quer saber o final dele, pare de ler aqui, caso contrário continue...

Tem certeza de que quer continuar???


OK, então!


No final do filme, Montag, a personagem principal da história, se refugia numa floresta, onde residem os chamados "Homens Livro", nela, cada habitante, deveria ler um livro, decorá-lo e depois... Queimá-lo... Ao decorar o livro, o homem assume como sua identidade o título do livro, sendo assim, John (inventei um nome qualquer...) se torna Cândido (obra de Voltaire), e assume o compromisso de repassá-lo para seus semelhantes. Sendo assim, o "Homem Livro" nada mais representa do que a resistência, a vontade de não esquecer, o lembrar e eternizar.

Para saber mais, temos o livro de Fernando Baez, "História universal da destruição dos livros: das tábuas sumérias à guerra do Iraque" e um que não lembro o título e que irei postar assim que lembrar... =]

sábado, 23 de abril de 2011

Coleções

Bom, esse é um tema que muito me interessa... Aliás, esse foi o tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), vulgo monografia.

As Coleções em linhas gerais, surgem do desejo humano de guarda e perpetuação. Apesar de serem mais comuns na nossa infância, ainda deixam vestígios no mundo adulto. Se antes colecionávamos Cavaleiros do Zodíaco, hoje colecionamos jogos do PS 3...


Se antes as meninas colecionavam papel de carta, hoje elas colecionam perfumes...

Mas cientificamente, as coleções têm uma valor inestimado e são objetos de inúmeros estudos, pois são delas que surgem as grandes bibliotecas e museus. Quem nunca ouviu falar que a Coleção tal está no Museus do Louvre? Ou que os as fotos de D. Pedro II estão na Biblioteca Nacional?

Em linhas gerais, as coleções surgem dos gabinetes de curiosidades, sediados em sua maioria na Europa. Neles, grandes apreciadores de artes e nobres, juntavam em seu "acervo" coisas curiosas ou fantásticas dos novos mundos que se abriram após as navegações e antes delas com o contato com árabes e chineses.


Você sabia, por exemplo, que o zoológico surgiu de uma coleção? Animais "fantásticos" eram levados para a Europa afim de ficarem expostos como uma prova do misterioso mundo além mar ou montanhas. Função essa, que permanece até hoje, mas envolta em menos misticismo... Quer dizer, se não vamos até o "fantástico", ele vem até nós!



Colecionar coisas, segundo os teóricos é como ter em cada objeto da coleção uma espécie de máquina do tempo, que nos faz viajar ao passado e dele voltar em segurança. São, portanto, pontes entre o visível e o invisível, o passado e o presente - fala essa de Krzysztof Pomian, que juntamente com Walter Benjamin tem obras que tratam do Colecionismo. Outros, como Jean Baudrillard falam da função do objeto e de como ele tem valor sentimental para o colecionador.



Quem nunca pegou aquele brinquedo velho e surrado, que mesmo inconscientemente deixamos em nossa casa e nos lembramos dos bons momentos vividos "com ele" ? Não estou dizendo que qualquer coisa pode ser coleção, mas se te traz alguma recordação, por que esse objeto não pode fazer parte da sua coleção de sentimentos? Brega, né? Mas por quê fotografamos? Para eternizar momentos... Mesmo motivo pelo qual guardamos tranqueiras em nossos armários e estantes, seu valor sentimental, na maioria das vezes, supera o valor monetário e aí tá a graça de colecionar ou juntar, como queiram, o sentido do que temos vai variar de como olhamos para aquele objeto, do que ele significa e do ele nos faz lembrar - geralmente destruímos o que nos traz dor e encapsulamos o que nos traz alegria...

Colecionar, aquele ato infantil e bobo, significa mais do que podemos perceber e nos leva ao que desejamos rememorar...

PS: Como me odeio por ter jogado o meu álbum dos Cavaleiros do Zodíaco no lixo! =/

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"Sua vida trouxe você até aqui..."

Se tem um comercial que eu gosto (e já é bem velhinho) é o do, na época, Novo Prisma - carro da Chevrolet.

Nele um jovem vai caminhando até se deparar com o carro e um narrador falar: "Sua vida trouxe você até aqui...". Vejam:


 
Mas por quê gosto tanto desse comercial?

Bom, no percurso até o carro, o cara vai revendo diversos personagens da vida dele, que fizeram parte de sua história, desde filmes que ele viu até as namoradas que teve. Num contexto de estudos da memória e identidade, esse comercial, com cerca de 1 minuto, serve para explicar a base de pensamento dessas duas disciplinas. Sendo assim, na minha visão, somos resultado daquilo que vivemos ao longo de nossa vida e a situação na qual nos encontramos, geralmente, é fruto de escolhas e experiências.

Dois textos livros dão uma base legal para entender isso, são eles: Identidades culturais na pós-modernidade, de Stuart Hall, e A Memória Coletiva, de Maurice Halbwachs.

O primeiro trata da construção e percepção da identidade na pós-modernidade, ou simplesmente, hoje. Já o segundo fala de como se dá a construção da memória no ser social e da sociedade na qual ele vive.

Se quiserem ler, eu recomendo, e podem me chamar para discuti-los. rsrsrsrrs

Mas o fantástico mesmo, nos dois livros, é poder entender o que significa sua vida te trazer até aqui...

PS: Que post louco!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Estante

Estava de bobeira na internet e achei um modelo de estante muito curioso...


Num mundo onde os espaços são cada vez mais valorizados e achar algum espaço em casa é privilégio, a idéia vale a pena e é bem interessante, além de ser esteticamente muito bonito! Só sei que na minha casa quero uma dessa!

PS: Pra não Kibar nenhum site, achei as fotos aqui: http://cybervida.com.br/usando-a-escada-para-fazer-uma-estante

PS 2: Isso continua a ser uma escada, mas também uma estante.

sábado, 16 de abril de 2011

Poeira...

Quem trabalha em bibliotecas, arquivos, museus etc, está acostumado a ter aquela crise alérgica ao mexer com o acervo - sinusite, rinite, espirros, tosse, fazem parte da rotina desses lugares. Mas as vezes coisas mais graves podem ocorrer... Dizem que várias bibliotecárias(os), museólogas(os) e arquivistas (esse não tem "os") já morreram ou ficaram incapacitados por conta de fungos assassinos! (O Rosa então é pior! Ao vê-lo afaste-se, como sempre fui alertado). Quando trabalhava com jornais, alguns volumes realmente me deram medo! Sabe quando você prende a respiração para não sentir algum cheiro??? Eu prendia com medo de aspirar algum fungo... Imagine um volume de 13 quilos infestado de fungos e você sem querer pegá-lo??? Pois é, foi ver e sair correndo pro banheiro para lavar a mão (mesmo que eu estivesse com luva sempre que pegasse num volume), rosto e braço... Porém, apesar do tom de brincadeira eu mesmo já fui vítima de tal armadilha, explico:




Em 2004 estava pesquisando no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e apoiei o meu braço esquerdo numa página de um livro que não queria ficar fechada (eu sei... As práticas de conservação condenam isso, mas quem nunca fez?!?!?). Ele até que era novo, de 1920... No outro dia fiquei com febre, mas para mim era uma gripe ou resfriado, nada de mais.
Dois dias depois eis que surge uma mancha no local onde havia apoiado o livro, no auge da minha ingenuidade pensei que tivesse dormido em cima do braço, mas quando tirei minha blusa, todo o meu tronco estava com as tais manchas! Fui ao médico e o diagnóstico foi de púrpura, uma infecção sangüínea sanguínea que zera a imunidade da pessoa, além de deixá-la toda manchada de vermelho porque causa hemorragia cutânea... Legal, né??? Foi uma semana preso em casa, dormindo e saindo apenas para ir ao hospital fazer exames de sangue para ver se já tinha minha imunidade restabelecida...
Após tal semana melhorei, porém até hoje não é recomendado que eu tome Ácido Acetilsalicílico, pois facilita hemorragias...

Sei que é um post meio terrorista, entretanto ele foi criado porque voltei do Rio com uma inflamação de garganta a auxiliar da biblioteca onde trabalho contraiu um fungo na biblioteca em que trabalhamos, ainda bem que estamos bem! =]

A conclusão é que nem sempre a poeira é tão bem vinda...

sábado, 2 de abril de 2011

Toda biblioteca deve ter!

Relação de autores que toda biblioteca deve ter como acervo base*:


Perfeito!

*Acervo base é o conjunto de itens que contém os assuntos que a biblioteca busca ter em seu acervo. Numa biblioteca especializada é o currículo mínimo na qual ela é especializada.

Por que poeira?

Como primeiro post entendo que devo explicar o por que do nome do Blog. Bom, estava pensando esses dias enquanto reorganizava a biblioteca em que trabalho e que está cheia de poeira, quer dizer, barro, já que em BSB não há a tradicional poeira carioca e sim barro vermelho...

Na biblioteca, conforme fui ordenando os itens fui encontrando verdadeiras preciosidades, se não em valor, mas em simbolismo, achei por exemplo uma coleção de 1942 ou 46 (não lembro ao certo) de boa parte da obra de Machado de Assis em 31 volumes, em três desses encontrei o furo de uma broca indo do início ao final de cada volume, graças a Deus procurei o bicho e não achei, mas me dei conta do quão (eu uso quão, não me censurem) é bonito um livro furado por broca de uma ponta a outra... Pode parecer estranho um bibliotecário - agente que cuida para que isso não aconteça - , falar isso, mas eu tenho apego à velharias e valorizo as marcar que elas têm. Como disse na minha Monografia, os restos, os rastros, os vestígios, nada mais são do que pistas do passado de um objeto, no caso o livro. Tem até um livro do Ginzburg que trata disso: Mitos, Emblemas, Sinais.

Sendo assim, por considerar que em meio a poeira que tanto tenho alergia possa encontrar coisas legais e muito interessantes, decidi batizar o Blog com esse nome. Até!