segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Registros do Conhecimento - o Livro

O LIVRO[1]

Livro, do latim Liber, é, modernamente, uma reunião de cadernos de papel, com textos tipograficamente impressos, costurados entre si e brochados ou encadernados. O livro é, em suma, um conjunto de elementos de comunicação gráfica que contém idéias, descrições ou referências a vários assuntos com o propósito de divulgar informações ou preservar o registro de fatos de qualquer natureza. Acredita-se que liber em latim, primitivamente significava a casca de certos vegetais que se apresentavam de forma laminada. Embora remota, a origem do conceito não antecede a invenção pelo homem da representação gráfica das idéias, isto é, da escrita. Não somente as cascas das árvores, mas também a pedra, o bronze, as tábuas de madeira, a placa de argila foram utilizadas no passado remoto como materiais para o livro. Em todas as civilizações com literatura escrita, o livro sempre foi instrumento fundamental para a difusão e preservação da cultura.[2]

A história do livro começa juntamente, como vimos acima, com a invenção da escrita (mais ou menos do século IV a. C.), mas ainda não da forma como conhecemos. Os primeiros registros do conhecimento que tiveram como meio de expressão a escrita foram talhados em tábuas de argila na antiga Mesopotâmia, porém apenas alguns desses registros chegou ao nosso tempo e hoje estão expostos em museus ao redor do mundo.


Contudo, em conjunto com a sociedade, os registros do conhecimento só se aperfeiçoaram, passando pela escrita em pergaminho, no Egito, onde um tipo de papel sensível feito a partir da planta de mesmo nome e muito comum no Vale do Nilo era usada para fazer papel. Este era em forma de rolo, não existindo a divisão por páginas.

Alguns séculos depois, foi a vez do pergaminho se popularizar, e foi aí que o livro ganhou o formato no qual o conhecemos, chamado códice, que consiste numa série de folhas cortadas ou dobradas entre duas capas de couro ou madeira. O pergaminho origina-se do uso do couro de diversos animais para a confecção de um papel de excelente qualidade e resistência.

Porém todos os processos acima descritos referem-se ao livro Manuscrito – livro criado artesanalmente e escrito e ornamentado a mão. Os monges copistas eram os grandes  disseminadores de tal formato, porém, a capacidade de reprodução dos livros era baixa, e a produção bibliográfica idem, tendo em vista o tempo que demanda escrever ou copiar inúmeras páginas, além do trabalho de ornamentação das páginas.

Porém, no século XV, Johannes Gutenberg[3] cria a prensa de tipos móveis, que veio facilitar a criação de reprodução dos livros. Com tal advento a velocidade com que os textos eram produzidos e reproduzidos diminui significativamente, e o livro passa a se difundir mais na sociedade. No seu início a imprensa ainda utilizava-se de alguns processos artesanais, como o de ornamentação, mas só o fato de a escrita a mão não fazer mais parte do processo reduziu significativamente o tempo de criação do livro.

Com o caminhar dos séculos, os livros também foram se aperfeiçoando, e o pergaminho, papel caro e que demandava muito tempo para confecção e acabamento, acabou substituído pelo papel vegetal, menos duradouro, porém mais barato. O que tornou o livro acessível não só para as famílias mais abastadas – visto que o livro era muito mais caro do que é hoje, um objeto só para os mais ricos.


Hoje, debate-se em todo o mundo e até proclama-se o fim do livro em pape graças ao advento dos e-books. Porém, apesar das previsões desastrosas sobre o futuro do livro, hoje é certo que ele só está mais consolidado em nossa sociedade, em função também da diminuição do número de analfabetos ao redor do mundo e o preço mais acessível.


A BIBLIOTECA
  
Tradicionalmente a Biblioteca é o local de guarda dos livros, quase toda pessoa tem em sua casa uma biblioteca, seja ela mini ou gigantesca.

Desde sempre as bibliotecas e os livros e demais registros do conhecimento nãos e desgrudaram. Tanto que o nome Biblioteca deriva do grego e significa Caixa de Livros ou Depósito de Livros.

Tradicional lugar de guarda e perpetuação da memória foi graças às diversas bibliotecas no mundo que a os registros mais antigos do conhecimento humano chegaram até nós e por isso hoje podemos saber que existiram tábuas de argila que foram os primeiros “livros”.

Nos registros guardados pelas bibliotecas ao longo dos séculos é possível encontrar informações sobre povos e civilizações que não mais existem. Assim, a importância da biblioteca, além de fornecer acesso aos suportes do conhecimento, tais como livros, é fazer com que as informações que hoje se encontram nesses suportes alcancem mais e mais gerações e atravessem o maior número de séculos possíveis.


[1] Adaptado do projeto de exposição na escola na qual trabalho.
[2] Adaptado de Barsa (vol. 9) e Mirador (vol. 13).
[3] Não se sabe ao certo se Gutenberg criou realmente a máquina ou a adaptou de outras semelhantes, como a Chinesa e a Holandesa, porém, foi consagrado que a autoria da prensa de tipos móveis seria dele.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Para pensar...

"A poeira das bibliotecas é a verdadeira poeira dos séculos" - Mário Quintana

Frase sensacional! Se tivesse achado antes estaria dentre um dos motivos para a criação do blog...

Afinal, a poeira dos séculos é o que herdamos de nossos antepassados e cabe a nós revirá-la em busca de novas descobertas e novos conhecimentos...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Uma biblioteca no porão

Era uma vez uma biblioteca, mas essa biblioteca era diferente, era ficava num porão! Isolada de tudo e de todos essa biblioteca não sabia o que se passava no mundo. Seus livros ainda diziam que o mundo era dividido entre Portugueses e Espanhóis, seu português ainda era cousa do século que passou. Sua poeira, por mais que tirassem, acumulava-se mais do que juros em tempos de crise - e por estar num porão, toda a poeira da rua, dos carros, das pessoas passando, caía justamente na pobre biblioteca...

Em cada estante que se olhava via-se o quanto os livros dali precisavam de uma nova vida, de luz, de leitores! Mas por mais que a pobre biblioteca se esforçasse ela ainda era um lugar onde o silêncio imperava, não o dos estudos, mas o  do vazio, abandonada num porão a biblioteca ia definhando, porém, a casa onde ela estava também ia definhando... Sem o sopro de renovação que as descobertas feitas na biblioteca proporcionam, a casa também foi perdendo o seu brilho, o seu por quê...


Talvez naquele porão estivessem coisas que não devessem ser enterradas, mas sim, cultuadas, pois ali temos os grandes mestres, temos o Machado, o Alencar, o Lima, o Amado, e muitos outros ícones do passado, mas que são inspiração para o futuro. Lá também estão os gigantes nos quais Newton se apoiou nos ombros e revolucionou o mundo! É... Mas enterrados ali a quem eles podiam influenciar? A quem eles podiam falar? A quem eles podiam se mostrrar?

Ali, no berço das pesquisas, parece que somente a arqueologia seria capaz de resgatá-la, mas já quando tivesse extinta - porém, mesmo assim, cumpriria a sua missão de falar ao futuro!

Talvez, algum dia, a biblioteca pode sair da escuridão do porão e se mostrar para o mundo e dele tirar novas lições, pois é da interação do mundo e da biblioteca que nascem novas reflexões, novas idéias, novos sentimentos...