domingo, 29 de maio de 2011

Saque ao patrimônio

Hoje, 29 de maio, foi publicada uma reportagem no jornal O Globo sobre roubos recentes no acervo e na gestão da Biblioteca Nacional (veja). Pensei se seria ético escrever sobre, afinal, foram 6 anos dentro da instituição, por isso, não me deterei à instituição e sim ao que significa esse crime contra o patrimônio nacional.

Dizem, que o Brasil é um país sem memória, não sei se é uma afirmação verdadeira, mas que certamente o Brasil é um país sem respeito pelo passado, ah, isso ele é!

Basta ver o número de monumentos que são pixados. É fato, acabou uma reforma, que deixou um prédio ou monumento lindo e limpo e vem um fdp infeliz para pixá-lo - eu, particularmente considero os pixadores uns babacas! Mas voltando, isso não demonstra clara falta de respeito? De apego aos símbolos do passado?


A maioria de nós, acaba por agir como os bombeiros do filme Fahrenheit (que já foi citado em post anterior), destruindo não somente livros, mas também todo o patrimônio histórico que existe. Andar pelas ruas do Rio é a maior prova disso! O descaso e a falta de respeito com os símbolos nacionais por parte das autoridades e da população é latente! Hoje, só achamos que é importante - e olhe lá - o que está em museus, bibliotecas, arquivos etc, quando na verdade, esquecemos de monumentos, prédios, estátuas, que são parte da construção memorial de qualquer civilização. E, ao que parece, as paredes, cofres, câmeras e demais aparatos de segurança, não são mais eficientes para segurar o ímpeto de bandidos, que se fingem de pesquisadores para subtrair o patrimônio, que é meu, que é seu, que é nosso! O que demonstra total falta de respeito pela instituição e pela sociedade!


Eu, pretendo educar meu(s) filho(s) para que tenham respeito pelas coisas, respeito pelo patrimônio, pela história, pela memória, pelas pessoas, pela cidade, e talvez esteja na educação - em casa e na escola - a chave para que o hábito de respeitar seja cultivado em nós... Afinal, por vezes, o conhecimento, leva ao respeito.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ciência

O que é ciência? Li um ótimo texto que pode nos esclarecer algo sobre essa dúvida.

O texto é de Newton Freire-Maia e se chama "O que é Ciência?". Num texto divertido e leve, o geneticista inicia falando o que não é ciência - magia, ufologia, astrologia, e outros ias... - e vai discorrendo sobre sua vida acadêmica em paralelo com o tema proposto.

Gostei muito do texto, porque ele fala - pelo menos pelo que entendi - que a ciência é fruto da sociedade, ou seja, ela reflete a sociedade em que está. Se no passado a ciência dizia que a Terra era o centro do universo, hoje temos a "certeza" de que o sol é o centro do nosso sistema solar, afinal, existem um número sem fim de outros sistemas solares. Sendo assim, a ciência daquela época era reflexo do domínio da religião e da Igreja sobre o conhecimento humano, o que Deus não explicava, era pagão e não merecia ser estudado ou tacava o autor no estudo na fogueira...



Fora o fato de que a ciência é mutável, bem como a sociedade, e se  transforma a cada dia, logo a certeza de hoje, pode ser a teoria furada de amanhã...

Ao longo do texto ele fala ainda que a construção da ciência é algo demorado e que emana de fatores não muito científicos, como a subjetividade humana, pois a mesma coisa ganha múltiplos significados, conforme o olhar de seus observadores, sendo assim, fazer ciência é fazer o que eu quero ou o que a sociedade quer.

Porém, a ciência não é aquela mágica disciplina que visa a tudo responder e salvar o mundo de suas mazelas... Na verdade, ela nasceu como meio de observar o mundo e compreender por que as coisas acontecem. Ou seja, ciência é entender e não solucionar!

Vale a pena ler o texto, bem como outros no mesmo viés, afinal o que é ciência?

PS: Se você pensa que a biblioteca, arquivos, museus etc, não estão inseridos nessa construção, lembre-se da frase do Indiana Jones, citada num post anterior... (veja aqui)

sábado, 21 de maio de 2011

Obras Raras e Valiosas

Há uns dias atrás (10/05) estive no Senado, como ouvinte do Seminário "Obras Raras e Valiosas: Passado e Futuro" O evento foi bom, mas senti falta de uma (importante) voz, a do PLANOR.

O Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras (PLANOR).  Os objetivos do PLANOR são:
 - Identificar e cadastrar em base de dados bibliográfica, acervos de memória existentes em bibliotecas e outras instituições culturais;
- Orientar sobre os procedimentos técnicos a serem utilizados na organização e conservação desses acervos, conforme as normas adotadas pela Biblioteca Nacional;
- Manter intercâmbio com o Catálogos Internacional de ABINIA (Asociación de Bibliotecas Nacionales de Iberoamérica) de obras editadas dos século XV ao XVIII;
- Divulgar esses acervos através de catálogo on-line e impressos.
- Prestar assistência técnica para a organização e preservação de obras raras existentes no país e desenvolver programas de formação e aperfeiçoamento de mão-de-obra especializada;
-Reunir na Biblioteca Nacional informações sobre o acervo raro existente no país.

O PLANOR, ainda realiza eventos culturais, cursos, treinamentos e assessoramentos técnicos; publica o Boletim Bibliográfico do PLANOR; realiza o Encontro Nacional do Livro Raro (no qual já apresentei trabalho, veja aqui), promovido a cada biênio como seção especial do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação; Publicações especializadas na sua área de atuação, com fonteaque para o Repertório bibliográfico nacional de obras raras, o Indicador de instituições detentoras de acervos antigos do país e o Boletim informativo doPLANOR, além de alimentar o Catálogo do Patrimônio Bibliográfico Nacional (CPBN), com obras do século XV, XVI, XVII, XVIII e XIX.


Talvez por isso, instituições que detenham acervo raro devam ouvir essa voz e ajudar no mapeamento do acervo raro existente no país, o que pode servir de meio de segurança para o acervo, pois, ao contrário do que alguns pensam, nem sempre publicizar significa por o acervo em perigo, e sim, pode significar colocar a salvo, conseguindo financiamentos para projetos de conservação e restauração, só para citar um.

Para entrar em contato com o PLANOR, mande um e-mail para planor@bn.br

Fica a dica!

PS: desculpe a falta de atualização, ando meio ocupado com alguns trabalhos! =]
PS 2: eu tenho um! Publicizar existe e está no dicionário, vejam: Publicizar

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A Biblioteca Inclusora

Hoje, temos em voga vários debates relativos a web, internet, novas tecnologias, computadores etc. Uma das que sempre estão em voga é a da inclusão digital, pois, principalmente em países como o nosso, onde as diferenças sociais são imensas, vemos poucos tendo acesso a muita coisa e muitos sendo excluídos do mundo tecnológico, não que hoje um computador não faça parte da vida da maioria dos brasileiros - até mesmo pelo preço que caiu consideravelmente nos últimos anos, mas ter um computador em casa, efetivamente não significa ter acesso ao mundo digital, visto que o Brasil possui uma das bandas largas mais caras e ineficientes do mundo e, por isso, a internet "rápida" não chega a todos.

Porém, a biblioteca pode ter um papel preponderante nessa situação, ao se fazer um local de inclusão digital. Pois, se a biblioteca já é um lugar de desenvolvimento das ciências e tecnologias, ela tem potencial enorme para preencher a lacuna de acesso às novas tecnologias. O governo talvez não esteja atento, pois quer financiar a criação de lan houses com esse fim, mas se há uma lei que diz que todo município deve ter uma biblioteca, inclusive há financiamento para isso através do Ministério da Cultura por meio do Programa Livro Aberto (se não me engano). Programa este gerenciado pela Biblioteca Nacional e que visa modernizar ou montar bibliotecas em todos os municípios brasileiros através da assinatura de acordo, com a oferta por parte da biblioteca de mobiliário, televisão, computadores, base de dados gratuita e já preenchida, acervo base etc Pelo menos o básico para que uma biblioteca funcione. Enquanto o município só deve ter o espaço a ser ocupado.



Claro que não entendo inclusão social como dar acesso ao Orkut, MSN, Facebook e coisas do gênero, mas elas fazem parte, e talvez o treinamento de usuário e atrelar o uso dos computadores ao uso da biblioteca possa servir de impulso para o uso efetivo da biblioteca como um ambiente de aprendizagem e desenvolvimento.

PS: contribuição da minha colega de trabalho, Zê.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um clássico, mas sem figuras...

Não sei se foi só comigo, mas quando era pequeno e ia à biblioteca, sempre pegava por empréstimo um livro que tinha muitas figuras, não que eu não gostasse de ler, mas é que ter figuras diminuía o número de páginas e servia para ilustrar o que eu estava lendo. Afinal, sempre fui fã de imagens!

Certa vez, vendo um desenho, chamado Duck Dodgers (que na verdade é um personagem interpretado pelo Patolino), o capitão Duck Dodgers olha uma estante e começa a procurar por um livro pronunciando a seguinte frase: "Um clássico da literatura, mas não tem figuras...", antes de atirar o pobre livro ao fogo...


Vendo isso, logo me identifiquei, afinal, devia estar no 4º período da faculdade (é, eu sempre assisti e continuo a assistir desenhos, mesmo depois dos 20), e me perguntei o que afinal, seriam essas figuras no contexto da biblioteca, já que no livro eu sabia muito bem!

Se no livro, as imagens atraem e agregam valor à leitura. numa biblioteca entendo que alguns fatores devem fazer o papel de figuras e atrair usuários. Talvez, o começo, seja saber o que há na biblioteca, pois conhecer o acervo de cor e salteado é obrigação de seu gestor - não estou dizendo que é para decorar a posição dos livros na estante, mas sim, conhecer possíveis obras que chamem a atenção do público. Visto isso, por que não começar com uma exposição de obras interessantes? Expor é colocar a luz para que todos possam ver o que a biblioteca pode oferecer.

Outra atitude seria a criação de uma newsletter ou serviço de alerta ou boletim informativo da biblioteca, pois, novamente, levar ao conhecimento do público o que a biblioteca possui e os trabalhos que ela pode desenvolver atrai a curiosidade de leitores e pesquisadores.

A partir daí, a criação de seminários, eventos que levem gente à biblioteca é uma boa opção, pois por vezes passamos em frente à vários locais legais, mas que não conhecemos...

Como pudemos ver... Fazer conhecer, é uma saída, logo o marketing de bibliotecas é uma saída para criar as figuras que ela precisa para atrair público e fazem parte da reinvenção da biblioteca e do bibliotecário.

sábado, 7 de maio de 2011

Biblioteca 24 horas

Sempre que penso numa biblioteca universitária ou especializada penso porque elas não são 24 horas. No mundo atual, onde todos pedem mais 15 minutinhos de sono ou mais uma horinhas para fazer o que gosta ou aquela pesquisa atrasada, ter uma biblioteca funcionando 24 horas seria uma ajuda e tanto para muitos!

Quantos amigos e conhecidos que estavam na graduação, mestrado ou doutorado lutavam para fazer suas pesquisa porque o horário das bibliotecas não era compatíveis com os seus... A maioria tinha que esperar as férias para poder pesquisa, ou as vezes pagar alguém para fazer suas pesquisas, ou depender de favores...

Se a biblioteca funcionasse 24 horas, parte desses problemas seria resolvido - ainda mais porque algumas pessoas funcionam melhor de madrugada (o que não é meu caso). Claro, uma estrutura deveria ser montada, como a contratação de bibliotecários que se dispusessem a trabalhar de noite, além da essencial máquina de café e lanchinhos... rsrsrsrsrs

Mas fica a idéia, e uma pesquisa rápida  no Google me mostrou que algumas iniciativas do tipos já estão sendo realizadas no Brasil.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Bibliotecário XX.I

Iniciamos no post "Brasil precisa de 178 mil bibliotecários" discussão acerca da nova configuração da profissão de Bibliotecário no mercado brasileiro. Hoje, iremos mais a fundo nesse tema.

Diante das novas tecnologias, uma nova postura passou a ser exigida do bibliotecário - além de um sujeito letrado, que possa apontar aos usuários as direções corretas, ele passou a ser exigido como um cidadão tecnológico, que deve estar a par das novas tecnologias e delas fazer uso em benefício próprio e da biblioteca.

Com as tecnologias avançando a passos largos e exigindo cada vez mais conhecimento por parte dos bibliotecários, talvez esse seja o nicho para que a profissão possa sofrer transformações e se adaptar ao que o mercado exige hoje.

Os formandos de hoje, em sua maioria, pertencem a chamada "geração Y" (saiba mais), que está revolucionando o mercado de trabalho mundial. Podemos dizer que a geração Y é a geração globalizada, do mundo sem fronteiras, das novas relações de comércio. Se no mundo, há uma década as relações de trabalho vem sofrendo transformações, no Brasil, elas ainda engatinham. Porém, penso que um dos primeiros profissionais que podem se transformar no novo profissional do século XXI é o bibliotecário. Explico:


Conforme o artigo do Correio da Paraíba destaca, o profissional da Biblioteconomia parece ter cansado de ganhar pouco e agora busca mais e mais. Começando por aí, um novo profissional, efetivamente liberal, pode nascer. Onde ele não pertença à uma instituição e sim exerça a função de bibliotecário em várias bibliotecas, agindo como coordenador ou manager, o que preferir. Conforme continha básica no artigo supracitado, percebemos que não teremos mão de obra suficiente para ocupar todas as vagas que estarão ociosas até 2020. E aí, está o nosso trunfo! Se tem que ter bibliotecário e ele não existe - essa espécie rara passa a valer mais. Com a carência de mão de obra estaremos, como diz o ditado, com a faca e o queijo na mão, podendo negociar carga horária, condições de trabalho, salário, benefícios, etc - bem como a supracitada geração Y entende que deve ser feito.

Ora, se existem hipoteticamente 2000 bibliotecas e 500 bibliotecários, por que não cada um ser responsável por 4??? Afinal, até onde eu conheça da lei, a biblioteca deve ter um bibliotecário responsável e não um 24 horas, até porque em certas instituições isso é inviável. Quero dizer, que o bibliotecário, como coordenador, com auxiliares capazes e qualificados, pode perfeitamente gerir alguns tipos de bibliotecas (como a escolar, infantil, especial, universitárias e alguns tipos de especializadas). Não sei se estou certo ou errado, mas ao que parece, romper com as tradições trabalhistas brasileiras e passar a trabalhar como um profissional efetivamente liberal, regido por contrato (a lei tem algo que fala disso), pode ser uma boa oportunidade de o bibliotecário se reinventar, reinventar a Biblioteca e a Biblioteconomia.

Afinal... “Prometo tudo fazer para preservar o cunho liberal e humanista da profissão de Bibliotecário, fundamentado na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana".

PS: só não esqueçamos da ética, afinal esse é o traço mais marcante da geração Y, e faltar com ela é ferir o juramento. Portanto, se vamos assumir 4 bibliotecas, devemos efetivamente responder por elas, e não apenas fazer figura.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Nova Biblioteca

Mudança, essa é a palavra em voga nas bibliotecas. Como se adaptar aos novos tempos? Às novas tecnologias? Não penso em dar respostas, mas semear a discussão... O que fazer?



Tem gente que pensa, ainda, que a biblioteca é um depósito de livros, onde o silêncio deve imperar e a bruxa que cuida dos livros, vulgo bibliotecária, estará sempre com sua cara emburrada e chamando a atenção até do vento por fazer barulho...

Mas a biblioteca, recentemente, tem passado por inúmeras transformações. Com o advento tecnológico, a biblioteca passa a ter novos dilemas, além de ter o livro acessível ao público, até porque, hoje, uma biblioteca não se restringe a uma coleções de livros, ela teve o seu acervo transformado, e além dos tradicionais periódicos e mapas, juntaram-se meios audiovisuais (CD's, DVD's, Pen Drive etc), e os novos suportes, agora digitais. E não somente ele, agora até mesmo bibliotecas, só existem no mundo virtual.


Em meio a tantas transformações, tantos suportes e revoluções tecnológicas, urge acabar com o estigma de antiquada e ultrapassada que rotula as bibliotecas, ao menos no Brasil. Tem gente que não concorda comigo, mas as regras de uma biblioteca servem muito mais para afugentar usuários do que atraí-los, primeiro porque sempre é proibido, expressão muito forte ao meu ver, talvez o não permitido seja mais ameno e menos ditatorial...

Afinal... É PROIBIDO comer; É PROIBIDO falar alto; É PROIBIDO o uso de telefone celular; É PROIBIDO...

E porque não uma lista de é permitido??? É permitido se acomodar da forma que se sentir mais a vontade; É permitido discutir os assuntos; É permitido fazer trabalhos em grupo, e por aí... Permitir, é melhor do que  proibir!

Acho que antes de mais nada, temos que entender a Biblioteca como um local de desenvolvimento das ciências e tecnologias!

Indiana Jones, interpretado por Harisson Ford, em seu primeiro filme fala:

"70% da arqueologia é realizada dentro de uma biblioteca!" (ou algo semelhante...)

O que isso quer dizer? Na minha visão, ele quer dizer que o conhecimento está dentro das bibliotecas e quem pretende desenvolver, estudar ou simplesmente entender uma sociedade deve ter acesso a uma Biblioteca. Afinal, é lá que está armazenado o conhecimento humano!

Dito isso, creio que impor regras etc, nada mais faz do que afastar as pessoas do conhecimento. Outro agravante, é se antes só existia a biblioteca, hoje o Google faz o papel de aproximar as pessoas do que desejam... Logo, quem busca a biblioteca é porque enxerga nela algo mais, seja o silêncio de uma sala reservada, seja o acesso a obras já esgotadas!

Logo não podemos nos esquecer, não se faz ciência com proibições e sim oferecendo condições para que todos possamos estudar, ler, pesquisar...

Outra alternativa, é não fugir das redes sociais, pois se a biblioteca faz parte da rede de construção das ciências, por que não colocá-la no mapa das redes sociais? Sabemos que ferramentas existem, a Disseminação Seletiva da Informação, via alertas, e-mail, informativos, facilitam o trabalho do bibliotecário e divulga a biblioteca. Saber existe é o primeiro passo para que os usuários busquem consultar o acervo da biblioteca.


Mudar e transformar a biblioteca, integrando-a ao novo mundo é o desafio da Biblioteconomia no século XXI. Quem sabe, não é a chance de reinventar essa instituição milenar?