Iniciamos no post "Brasil precisa de 178 mil bibliotecários" discussão acerca da nova configuração da profissão de Bibliotecário no mercado brasileiro. Hoje, iremos mais a fundo nesse tema.
Diante das novas tecnologias, uma nova postura passou a ser exigida do bibliotecário - além de um sujeito letrado, que possa apontar aos usuários as direções corretas, ele passou a ser exigido como um cidadão tecnológico, que deve estar a par das novas tecnologias e delas fazer uso em benefício próprio e da biblioteca.
Com as tecnologias avançando a passos largos e exigindo cada vez mais conhecimento por parte dos bibliotecários, talvez esse seja o nicho para que a profissão possa sofrer transformações e se adaptar ao que o mercado exige hoje.
Os formandos de hoje, em sua maioria, pertencem a chamada "geração Y" (saiba mais), que está revolucionando o mercado de trabalho mundial. Podemos dizer que a geração Y é a geração globalizada, do mundo sem fronteiras, das novas relações de comércio. Se no mundo, há uma década as relações de trabalho vem sofrendo transformações, no Brasil, elas ainda engatinham. Porém, penso que um dos primeiros profissionais que podem se transformar no novo profissional do século XXI é o bibliotecário. Explico:
Conforme o artigo do Correio da Paraíba destaca, o profissional da Biblioteconomia parece ter cansado de ganhar pouco e agora busca mais e mais. Começando por aí, um novo profissional, efetivamente liberal, pode nascer. Onde ele não pertença à uma instituição e sim exerça a função de bibliotecário em várias bibliotecas, agindo como coordenador ou manager, o que preferir. Conforme continha básica no artigo supracitado, percebemos que não teremos mão de obra suficiente para ocupar todas as vagas que estarão ociosas até 2020. E aí, está o nosso trunfo! Se tem que ter bibliotecário e ele não existe - essa espécie rara passa a valer mais. Com a carência de mão de obra estaremos, como diz o ditado, com a faca e o queijo na mão, podendo negociar carga horária, condições de trabalho, salário, benefícios, etc - bem como a supracitada geração Y entende que deve ser feito.
Ora, se existem hipoteticamente 2000 bibliotecas e 500 bibliotecários, por que não cada um ser responsável por 4??? Afinal, até onde eu conheça da lei, a biblioteca deve ter um bibliotecário responsável e não um 24 horas, até porque em certas instituições isso é inviável. Quero dizer, que o bibliotecário, como coordenador, com auxiliares capazes e qualificados, pode perfeitamente gerir alguns tipos de bibliotecas (como a escolar, infantil, especial, universitárias e alguns tipos de especializadas). Não sei se estou certo ou errado, mas ao que parece, romper com as tradições trabalhistas brasileiras e passar a trabalhar como um profissional efetivamente liberal, regido por contrato (a lei tem algo que fala disso), pode ser uma boa oportunidade de o bibliotecário se reinventar, reinventar a Biblioteca e a Biblioteconomia.
Afinal... “Prometo tudo fazer para preservar o cunho liberal e humanista da profissão de Bibliotecário, fundamentado na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana".
PS: só não esqueçamos da ética, afinal esse é o traço mais marcante da geração Y, e faltar com ela é ferir o juramento. Portanto, se vamos assumir 4 bibliotecas, devemos efetivamente responder por elas, e não apenas fazer figura.
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