Nesta semana também, o Flamengo comemorou 30 anos do seu título mundial, conseguido pela melhor geração que já jogou na Gávea e um dos melhores times do mundo (palavras da imprensa).
Eu, que nasci em 1985, não tive o prazer de ver esse time jogar, mas dizem que ele era demais, algo como um Barcelona de hoje... Se for verdade, perdi a chance de ver o maior time do Flamengo e creio que nunca mais verei um assim... Mas vai lá saber...
Porém, por mais que tenha nascido 4 anos após a conquista do mundo pelo Flamengo, carrego comigo toda a sua história e me orgulho dela e assim é o torcedor, torcedor é aquele que absorve a história do clube ao qual torce e faz dela a sua.
Tenho saudades de tempos que não vi, de ídolos que sequer conheci, mas que sei que honraram a camisa do meu clube! Afinal, usar a camisa de um clube não um estilo, como alguns
O Barcelona é o maior exemplo disso, não sendo apenas um clube, mas o maior expoente na luta Catalã contra a coroa espanhola representada por Madrid ou melhor, pelo Real Madrid. O Barcelona é mais que um clube, é uma afirmação de identidade Catalã pregada desde a tenra idade, afinal, ele é acima de tudo, um clube Catalão e não um clube espanhol...
Outro exemplo: é muito comum você ver no Rio, minha cidade natal, pessoas que são cariocas e que torcem por clubes de outros estados serem massacrados diante de frases do tipo "por quê???"; "para de sacanagem!"; "fala sério";
Então por que escolher um time de outro estado? Tal atitude soa como uma afronta ao ideal de identidade regional, afinal, ser carioca vem em primeiro lugar, em segundo vem o time para o qual a pessoa torce e depois o resto, assim sendo, a paixão pelo clube não é sem propósitos, ela visa a afirmação e têm relação direta com a nossa identidade, a nossa identificação, a nossa história e memória, afinal, sempre lembramos de títulos que não vimos, ídolos que já se foram e temos templos consagradas à veneração e a exposição das nossas paixões... O Maracanã é sem dúvidas o maior exemplo... Palco da tragédia de 1950, mas também de várias vitórias memoráveis, onde Garrincha, Pelé, Zico, Nilton Santos e outros desfilaram... Porém, hoje está em ruínas com a desculpa de uma reforma para a Copa... (mas não entraremos no mérito, afinal, isso é papo para outro post)
Não é a toa que todo clube tem um museu, onde são ostentados os seus maiores triunfos, as suas maiores glórias, onde a afirmação de si se faz presente na exaltação do passado e no planejamento do futuro, afinal, nem sempre o ganhar títulos tem a ver com torcer, se fosse assim, o Santa Cruz, recém promovido à Série C, estaria com uma média de torcida pífia ao invés dos 50 mil que lotam o Arruda pra celebrar a paixão pelo clube e honrar a sua história...
Por fim, torcer é mais do que um ato, é uma escolha relacionada a quem somos e com o que e quem nos identificamos...
PS: optei por colocar uma imagem do Camp Nou e da torcida do Barcelona para não polemizar com
PS 2: observem que o Maracanã está vazio!
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