terça-feira, 2 de agosto de 2011

Uma biblioteca no porão

Era uma vez uma biblioteca, mas essa biblioteca era diferente, era ficava num porão! Isolada de tudo e de todos essa biblioteca não sabia o que se passava no mundo. Seus livros ainda diziam que o mundo era dividido entre Portugueses e Espanhóis, seu português ainda era cousa do século que passou. Sua poeira, por mais que tirassem, acumulava-se mais do que juros em tempos de crise - e por estar num porão, toda a poeira da rua, dos carros, das pessoas passando, caía justamente na pobre biblioteca...

Em cada estante que se olhava via-se o quanto os livros dali precisavam de uma nova vida, de luz, de leitores! Mas por mais que a pobre biblioteca se esforçasse ela ainda era um lugar onde o silêncio imperava, não o dos estudos, mas o  do vazio, abandonada num porão a biblioteca ia definhando, porém, a casa onde ela estava também ia definhando... Sem o sopro de renovação que as descobertas feitas na biblioteca proporcionam, a casa também foi perdendo o seu brilho, o seu por quê...


Talvez naquele porão estivessem coisas que não devessem ser enterradas, mas sim, cultuadas, pois ali temos os grandes mestres, temos o Machado, o Alencar, o Lima, o Amado, e muitos outros ícones do passado, mas que são inspiração para o futuro. Lá também estão os gigantes nos quais Newton se apoiou nos ombros e revolucionou o mundo! É... Mas enterrados ali a quem eles podiam influenciar? A quem eles podiam falar? A quem eles podiam se mostrrar?

Ali, no berço das pesquisas, parece que somente a arqueologia seria capaz de resgatá-la, mas já quando tivesse extinta - porém, mesmo assim, cumpriria a sua missão de falar ao futuro!

Talvez, algum dia, a biblioteca pode sair da escuridão do porão e se mostrar para o mundo e dele tirar novas lições, pois é da interação do mundo e da biblioteca que nascem novas reflexões, novas idéias, novos sentimentos...

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